Já mencionamos, nas partes 1 e 2, como a mídia é manipuladora. Esta terceira parte, ao invés de focar em conteúdo, em conceitos e em explicações, terá exemplos. Provando como isso acontece.
um jornal ou revista, por exemplo, pode escolher qualquer uma dessas fotos. A da esquerda, do centro ou da direita. Todas mostram a mesma situação, mas cortadas diferentemente, com focos diferentes. E a mídia pode escolher qualquer uma dessas de acordo com seu interesse. Se fizer um texto criticando as forças armadas (não precisa nem necessariamente ser sobre o exército, pode ser sobre a marinha, forças aéreas ou até a polícia), a mídia poderá (e irá) escolher a primeira imagem, que mostra, aparentemente, extrema brutalidade do soldado contra um civil. Se, por outro lado, quiser exaltar as forças armadas, poderá escolher a imagem da direita, que mostra, aparentemente, um soldado praticando um ato de grande bondade, cessando a sede do pobre homem. As mesmas imagens, com diferentes focos, passam mensagens completamente diferentes.
Se entrar neste link, verá uma notícia da Folha de SP, sobre um protesto de petistas. Nessa notícia, os protestantes são colocados na posição de errados, e as fotos mostram sempre os petistas batendo nos que discordam de suas opiniões, nunca o contrário. Mas não foi isso que aconteceu. Os dois grupos foram violentos. O jornal mostra isso não? Não, ele mostra o que lhe interessa.
Nestas fotos, é possível ver os petistas sendo agredidos, também. E a ideia de que só eles foram violentos, como proposta pelo jornal, é desmanchada.
A atriz Ellen Page fez um documentário chamado "Gaycation", onde ela entrevista o Bolsonaro. No link acima, pode-se ver o vídeo que ela colocou em seu documentário, são 3 minutos e meio de vídeo. Porém, se for procurar a entrevista completa, não editada, são duas horas. Duas horas que foram editadas para três minutos. Na entrevista, Ellen pergunta "por que Bolsonaro diz que os gays só são gays pois não apanharam quando criança". No documentário, Bolsonaro responde "se uma criança faz algo de errado, deve ser corrigida". Uma resposta bastante polêmica, pra se dizer o mínimo. Mas, é aí que o controle da mídia entra. Na entrevista completa, sem edições, essa resposta de Bolsonaro foi a outra pergunta bem diferente. Essa pergunta foi "o que os pais devem fazer acerca do bullying nas escolas". E então Bolsonaro respondeu aquilo. Mas no documentário, para passar uma imagem péssima dele, Ellen modificou as respostas. Link para a entrevista completa:
Nota do editor: eu tentei entrar no link pelo computador e não consegui. Aparece a seguinte mensagem na tela: "Este vídeo apresenta conteúdo de VICE YouTube Network, que o bloqueou com base nos direitos autorais". Atenção para a empresa que bloqueou o vídeo, a VICE. Um dos principais sites que a Ellen Page postou seu documentário, se não o principal, foi o VICEland. Ou seja, a empresa que bloqueou o vídeo é uma das responsáveis por ele, logo, ela sabe o que aconteceu nas entrevistas e sabe que o documentário foi editado. Por isso não queria que a entrevista completa, com 2 horas de duração, estivesse visível na Internet. Para não termos a prova da farsa.
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Gabriel Gomes
Não sou de humanas. me tirem daqui! socorro!
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