segunda-feira, 25 de julho de 2016

Desordem Urbana


O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização. Ele foi um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.


Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial (1930) começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.

As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.
A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos.

Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)





O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:
  • Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório para às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.
  • Violência Urbana – Como não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo, o número de desempregados aumentou, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.
  • Poluição – O grande número de indústrias, automóveis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões de gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios dos principais centros urbanos.
  • Enchentes – A impermeabilização do solo pelo asfaltamento e edificações, associado ao desmatamento e ao lixo industrial e residencial, fazem com que o problemas das enchentes seja algo comum nas grandes cidades brasileiras.




A urbanização desordenada já começou a trazer problemas, como por exemplo em fortaleza. Problemas de urbanização e drenagem são as principais causas de alagamentos em Fortaleza.

De acordo com o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jader Santos, a reincidência de alagamentos em áreas específicas de Fortaleza se deve a dois fatores preponderantes: a urbanização desordenada e a ocupação irregular ao longo de planícies fluviais e lacustres.

"A ocupação pelas casas impede que a água seja drenada. Mesmo aterrando completamente a lagoa (do Gengibre) de forma adequada, para nunca mais alagar, o alagamento seria deslocado para outro canto", ressalta o professor, que considera as causas do problema comuns à "cidade inteira".

                                     



                                                         Perfil da Autora

Adrianne Gomes

As pessoas são de humanas, não de exatas.

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