sexta-feira, 22 de julho de 2016

Mal Entendido

Dia 5 de Julio deste ano o cidadão americano Alton Sterling estava saindo de uma loja em Lousiana, na qual trabalhava a dois anos vendendo CDs, carregando uma arma no bolso quando se encontrou com um policial. Este tinha ouvido uma denuncia anônima que dizia que um homem negro na área estava ameaçando pessoas com uma arma. Devido ao que, segundo testemunhas foi um mal entendido, o encontro entre Sterling e o policial terminou na morte do primeiro por parte do segundo. Em muitas plataformas de mídia em que o caso foi comentado mostravam fotos da vitima exibindo sua arma na rede social facebook, se mencionou seu suposto passado como pedófilo e como existia uma divida acima de USD 25.000 com a pensão de seus filhos.


Este é um típico exemplo de manipulação da mídia. É infinitamente mais fácil posicionar a culpa em um único individuo que em todo um sistema. Tornou-se preocupantemente comum a pesquisa do passado de uma vitima em procura de justificativas pelo crime com ela cometida. Jornalistas são capazes de, sem o uso de mentiras, posicionar nosso pensamento. Uso este exemplo em especifico porque após uma pesquisa sobre Alton Starling descobri os seguintes fatores:
1.       Ele foi registrado como pedófilo no ultimo ano do ensino médio ao namorar uma garota cerca de dois anos mais jovem.
2.       Lousiana é um estado que não apenas permite a posse de armas, mas também grande parte de seus moradores acredita que a posse de armas é um direito do cidadão.
3.       Alton Sterling era um homem pobre que conseguiu o trabalho vendendo CDs para conseguir se livrar de dividas.
Mas independentemente da relação que este homem tinha com a lei o fato de haver ocorrido um assassinato não muda. Se Alton, no caso, tivesse sido um criminal de verdade os direitos humanos continuariam se aplicando. O problema nesta situação acontece devido à mentalidade de que bandidos devem morrer sendo utilizada por meios de comunicação para direcionar nosso pensamento.
Foto  de Dylann Roof utilizada pela midia.
Quando em 17 de junho de 2007 um homem, branco e rico, (Dylan Roof) de 21 anos matou membros de uma igreja negra em um ataque planejado por seis meses a mídia o infantilizou mostrando fotos de infância e resaltando sua idade. A culpa foi transladada para uma doença mental sem qualquer prova da existência desta. A foto usada pelos jornais 
inclusive era uma de dois anos antes do crime. Quando em 12 de junho deste ano um homem, com descendência do meio oriente, (Omar Mateen) cometeu um ato parecido em uma boate
gay não houve se duvidas que fosse um ato de terrorismo.  A grande diferença entre estes
dois casos foi o trato dado pelos meios de comunicação que utilizou de verdades cuidadosamente colocadas para alimentar um medo já existente na população e, por consequência, vender jornais.

 Portanto não deveríamos ver tudo que é apresentado a nos como verdades e permitir que a mídia nos diga de que lado devemos estar porque não existem lados existem apenas fatos e aqueles que escolhem certos fatos para convencer terceiros.


                Perfil da Autora


Isadora Mouffron

"Torna-te quem tu es." - Friedrich Nietzsche

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